Eu odeio a Cláudia Leite

Tenho andado com a autoestima um tantinho elevada nestes últimos dias. Com as roupas ficando mais confortáveis, quem é que não se anima? Se me dizem algo do tipo "É! Seu rosto já está mesmo mais fino!", fico toda convencida, achando que o elogio se aplica ao corpo todo. Ai, ai....

Mas a autoestima de quem está de dieta é sempre frágil e não há contentamento que resista à uma passadinha na banca de revistas. Vocês já viram a barriga da famigerada Cláudia Leite que, depois de ter filho, está mais chapada que tela plana de TV? Vamos combinar? Ou essa mulher é de outro planeta, ou fez lipo, ou usou mesmo o fotoshop (claro que sim!) para se beneficiar.

E não é só ela não!! Em todas as capas, independentemente da temática, lá estão elas, magrelas e retas, como se a coisa mais normal do mundo fosse ser assim, sem gordura, sem estria ou celulite, sem ruga e sem cérebro.

Mais revoltante ainda é ver outras tantas mostrando os dentes, felizes por terem perdido (imaginem só!) 10 quilos em seis semanas, ou quatro quilos em duas, ou um quilo a cada minuto...Todas se exibindo depois da dieta disso ou daquilo.

Antes de se sentir uma fracassada, uma desleixada ou um lixo por ter custado a perder um quilinho, e por ainda estar longe de ter o corpo que sempre quis, faça como eu: ignore todas as mensagens subliminares que elas querem passar com aquela pose meio de lado e meio curvada (parecendo coluna com lordose), uma perna sobre a outra e a respiração suspensa.

Ora, nós somos mulheres inteligentes e, além disso (as escoladas em dieta), sabemos que todas aquelas promessas são vãs. Pior, representam um verdadeiro perigo para a saúde!

Se você também é uma simples mortal, portanto, jamais fique triste ou se desespere. E não vá querer curar a depressão comendo uma caixa inteira de bombom, numa sentada só.

Conforme-se, pois vida de dietanda é assim mesmo, minha amiga! Além de resistir bravamente aos apelos por comida, temos que conviver com as esnobadas que as revistas femininas dão na gente. Quando for à banca, concentre-se nas publicações sobre decoração, negócios, ciência ou até política e economia. No mínimo, você vai ficar mais bem informada e mais inteligente.